Cleptomaníaco - Você sabe o que é e como identificar?

Esse não é um assunto fácil de ser discutido. No entanto, é muito importante. No verbete popular mais conhecido, a gente tem o cleptomaníaco como alguém que “comete pequenos furtos”. Já ouviu falar sobre isso? O fato acontece através de um impulso, incontrolável.

Ou seja, está associado, na maior parte das vezes, a algo que não se relaciona com o “caráter” da pessoa que comete o ato. Por outro lado, é uma ação que pode trazer o sentimento de prazer e alívio. Mais tarde, no entanto, se transforma em remorso, culpa e até depressão.

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Foto: (reprodução/internet)

O caso de Winona Ryder

Talvez você não se lembre, mas a gente vai fazer isso por você. Em 2001, a atriz norte-americana Winona Ryder foi flagrada roubando roupas.

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Os advogados disseram que ela era cleptomaníaca. Porém, a doença não foi confirmada pelos peritos e a atriz foi condenada pelos roubos.

Aliás, estudos mostram que somente uma parcela de até 8% dos furtos são causados por cleptomaníacos. Mas, na prática, o que é isso? Veja a partir do próximo tópico.

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O que é a cleptomania

Há várias definições sobre o termo, mas vamos usar uma que foi publicada no Brazilian Journal of Psychiatry. Diz assim: “é um transtorno incapacitante de controle dos impulsos que se caracteriza pelos furtos repetitivos e incontroláveis de itens de pequeno valor ou utilidade”.

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E o fato que mais choca é que mesmo sendo um termo que vem sendo estudado e tratado há algum tempo, ainda é pequena a parte da população que entende o significado prático. Ainda conforme o estudo, a comorbidade psiquiátrica pode ser tratada com terapias e remédios.

A gente vai falar mais disso abaixo, no entanto, considere que para controlar o impulso de roubar, geralmente, aconselha-se a busca por um psicólogo, que pode identificar o problema e iniciar algum tratamento, como a psicoterapia.

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Os sintomas da cleptomania

Alguns estudos mostraram que há dados e informações que são comuns nesse tipo de doença. É claro que não representa 100%. No entanto, indica a maioria dos casos. Por exemplo, é comum de acontecer no fim da adolescência e no início da vida adulta.

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E quase sempre são médicos psiquiatras ou psicólogos que identificam os sintomas para dar um diagnóstico final. Até aqui há o conhecimento sobre 4 sintomas bastante comuns. A se começar pela incapacidade de resistir a impulsos de furtos de objetos sem utilidade.

Depois, vem a sensação crescente de tensão antes do furto, seguida do prazer ou do alívio que acontece no momento do furto. O último sintoma comum em cleptomaníacos é a sensação de culpa, de remorso, de transtorno, de vergonha após o furto. E isso pode chegar a depressão.

Cleptomaníacos são ladrões?

Aqui vale a pena mencionar esse ponto, que é bastante interessante e causa muitas dúvidas em toda a sociedade. Será que cleptomaníacos são considerados ladrões? Para a resposta, a gente precisa voltar ao sintoma número 1, sobre resistir a impulsos de furtos.

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Leve em conta que os cleptomaníacos furtam objetos que nem sempre possuem valor ou utilidade. Assim, isso não é importante para eles. Ao menos, não mais do que o prazer em furtar. Tanto é que os objetos chegam até a ser devolvidos para os seus donos.

No caso dos ladrões, a história muda de tom e de cor, não é? Quase sempre se rouba produtos com valores altos e que podem ser negociados mais tarde em “mercados negros”. 

As causas da cleptomania

Talvez a grande problemática desse transtorno seja a de descobrir qual é a causa. Isso porque nenhum estudo chegou a conclusões reais, práticas ou exatas. Mas, alguns resultados ajudam.

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Por exemplo, a maioria dos casos mostram pessoas com transtornos de humor ou histórico de alcoolismo na família. Além disso, eles possuem a diminuição do hormônio serotonina, que é do prazer. E os furtos ajudam a aumentar o hormônio, como uma necessidade ou vício.

Há ainda uma próxima teses que fala do vício da dopamina, que é um neurotransmissor que ajuda a pessoa a reviver alguma sensação agradável.

Os prejuízos da cleptomania

Além dos prejuízos em valores, considere que a doença também causa complicações psicológicas, podendo chegar a depressão ou excesso de ansiedade. Sem falar que a vontade de cometer pequenos furtos atrapalha a concentração e os relacionamentos.

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As questões pessoais, familiares e amorosas se prejudicam de um modo geral. E há a questão emocional, que pode levar o paciente a ter que responder pelos atos aos policiais, o que pode acarretar até mesmo em prisões.

Como identificar alguém cleptomaníaco?

O primeiro passo é você avaliar os sintomas que são característicos do transtorno. Alguns deles já citamos aqui. Mas, vamos recapitular todos, dos mais intensos e comuns para os mais raros.

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É comum que exista o acúmulo de objetos com ou sem valor sentimental. Há sentimentos de ansiedade e nervosismo, especialmente antes do ato. Depois, vem o sentimento da culpa, do remorso, da tristeza, da vergonha, da depressão. E durante o ato, o medo de ser descoberto.

Agora, há alguns outros pontos que podem ser decisivos nesse “pré” diagnóstico: isolamento de pessoas queridas por vergonha, consciência de que furtar é um ato errado e motivações que não estão ligadas a delírios.

Como ajudar quem sofre com esse transtorno?

Se você percebe algum comportamento parecido com tudo o que falamos aqui, saiba que você pode ter papel importante na hora de ajudar a pessoa. Isso porque nem sempre é fácil fazer essa auto avaliação – sendo mais fácil notar no outro.

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Assim, a recomendação é que você converse com a pessoa, mas sem fazer julgamentos incisivos porque isso poderia trazer confrontos. A abordagem acusatória não cabe a você. Por outro lado, mostre que aquilo pode ser um transtorno e que tem cura. 

O tratamento, como já falamos, vai das terapias ao uso dos medicamentos. E isso só pode e deve ser prescritos por médicos, como psiquiatras. Já os tratamentos terapêuticos partem dos psicólogos ou de outros terapeutas.

A lista dos itens roubados

Uma boa dica para não causar constrangimentos na pessoa que furta, mas ajuda-la é fazer uma lista dos itens roubados e, se possível, com a data do furto. Assim, fica mais fácil mostrar que aquelas ações são doentias.

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Isso porque é comum que a pessoa assume que furtou, mas não que faz isso com frequência. É a partir disso que se pode chegar em tratamentos de modo mais natural – sem que tenha que forçar a barra demais.

Como controlar o próprio impulso de furtar?

Agora, se você é alguém que acha que tem esse transtorno, saiba que já deu o primeiro passo ao ler essa matéria. A partir disso, saiba que há uma dica, que vem dos próprios médicos, que ajuda na tentativa de controlar o impulso do furto: é sobre canalizar esse impulso.

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Assim, ainda que em passos curtos e devagar, comece por canalizar os seus pensamentos antes do ato de furtar. A ideia é se distrair com outros pensamentos, especialmente aqueles que trazem prazer, mas sem ser ilícitos.

Uma boa dica para isso acontecer é deixar o lugar naquele instante. Uma boa ideia é ir em um cômodo mais silencioso, mais familiar, mais quieto. Respire fundo e respire de novo. Só depois volte para o lugar inicial, que pode ser um evento ou um quarto de hospede.

Os tratamentos terapêuticos

É claro que esse tipo de tratamento só deve ser feito a partir de acompanhamento clínico. De todo modo, considere que há vários deles, como a terapia cognitiva, a comportamental, a sistemática, a de aversão e a de sensibilização secreta.

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Para quem não é da área da saúde pode ser difícil entender isso. No entanto, considere que são terapias que são métodos alternativos e naturais que vão desde a prevenção dos atos e das causas até mesmo um tratamento posterior a eles. 

A terapia cognitiva, por exemplo, trabalha na troca de pensamentos negativos por aqueles que são positivos. Já a dessensibilização sistemática ajuda na superação de medos e traumas. A terapia de aversão usa práticas dolorosas para conter o impulso do roubo e assim por diante.

O uso de medicamentos para cleptomania

O uso de remédios também é uma alternativa de tratamento, só que bem mais invasiva do ponto de combinações químicas. Por isso, a única recomendação deve vir de médicos. Somente eles podem indicar remédios, como ansiolíticos.

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Mas, antes disso, é comum que tentem tratamentos terapêuticos, como os que citamos acima. De qualquer modo, para fins de curiosidade, além de ansiolíticos, os médicos também costumam recomentar os antidepressivos, dependendo dos quadros dos pacientes. 

Por exemplo, um antidepressivo inibidor seletivo de receptação de serotonina. Ou ainda um antagonista opioide, que tem se mostrado mais eficaz para esse tipo de vício. 

O controle da ansiedade e do estresse

Mais recentemente, alguns médicos encontraram semelhanças entre esse transtorno com o estresse e a ansiedade. Por isso, uma forma de tratar e prevenir a cleptomania é a mesma dessas outras doenças, como a prática de exercícios físicos. 

Isso porque elas funcionam como “alimentos para o bem-estar emocional”. Além disso, pense em atividades que recobrem o ânimo. Há ainda aquela boa tática de seguir metas diárias ou semanais curtas e que dão a sensação de cumprir com o objetivo. Entre outras medidas.