Dizer “Não” Faz Muito Bem!

Por que para muitos de nós é tão difícil aprender a dizer “não”?

Imagem Reprodução
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Em nossa vida diária, nossos relacionamentos, amigos, trabalho, família, por diversas vezes nos encontramos em uma encruzilhada. Sempre esperam algo de nós, só que muitas vezes não podemos ou não queremos fazer aquilo. Por que dizer “não” significa egoísmo? Falha de caráter? Ingratidão?

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A associação da palavra “não”, que é uma negativa, a sentimentos ruins e atitudes egoístas é extremamente perigoso. Não é possível construir nenhuma relação realmente saudável, dizendo sim o tempo todo e para todo mundo.

O grande problema, que nos faz ceder mais do que deveríamos ou gostaríamos, é o medo da rejeição. Medo e insegurança sobre nossas relações. Tememos que dizer “não” possa nos fazer perder o prestígio ou a visão boa que as pessoas tem sobre nós. Só que quando eu passo por cima de mim mesmo apenas para agradar ao outro, eu não estou sendo realmente sincero nem comigo e nem com a outra parte.

Vai chegar um momento em que a pessoa que cede o tempo inteiro, vai cansar, se desgastar e o relacionamento passará por uma crise. É como um copo de água sendo cheio o tempo inteiro, uma hora ele transborda. E a surpresa daquele “bonzinho” explodindo, se torna motivo de culpa e acusações. Que relação sobrevive a essa carga toda?

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Limites

Para entender a função exata do “não” nas nossas relações, é preciso falar sobre limites. Erroneamente as pessoas atribuem a este termo, o peso de ser uma barreira aos relacionamentos, uma atitude egoísta. Mas isso não é verdadeiro. Limites não são apenas importantes, são essenciais.

Todos nós temos nossos próprios limites. Se alguém entrar em uma casa sem ser convidado, pode se caracterizar invasão de propriedade. Exatamente porque existe um limite, entre a rua pública e a casa alheia. Da mesma forma acontece conosco. Já ouviram a frase: “meu direito termina onde o do outro começa”? Porque cada um de nós estabelece intimamente seus limites. Quando sentimos que alguém está invadindo nosso espaço, protestamos, ainda que por dentro.

Limites servem para proteger a individualidade de cada um. Qualquer relacionamento saudável entende isso. O fato de uma pessoa ter seus limites não quer dizer que ela não ama o outro. Ao contrário, quer dizer que ela se entende o suficiente para estabelecer os limites e proteger a si mesmo, ao outro e à relação.

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Não

Pensando nisso, a palavra “não”, torna-se aliada no estabelecimento das fronteiras em cada uma de nossas relações. Estar disposto a enfrentar cara feia e desagrado faz parte desse processo. É claro que sempre vão esperar tudo de nós, exigir e muitas vezes não iremos suprir todas as expectativas que têm ao nosso respeito. Não é possível agradar todo mundo, sem que em algum momento você desagrade a você mesmo. Então aprender a dizer “sim” e “não” no momento certo e da maneira correta pode ser curativo para relações adoecidas.

Padrões se estabelecem diariamente. Não será fácil para quem cede o tempo inteiro, quebrar esse padrão. Algumas vezes irá conseguir, outras não. O importante é tentar, se esforçar. Livrando-se da culpa que vai insistir em rodear, toda vez que for necessário negar alguma coisa.

Exemplo? Você está extremamente cansado de uma semana de trabalho e seu amigo pede que você o ajude numa tarefa. Algumas vezes você vai poder se levantar, vencer o cansaço e ajudar o amigo. Outras vezes você não vai conseguir e deve dizer isto a ele. Sinceridade é uma chave essencial no momento de dizer até onde você pode ir.

Equilíbrio

Como tudo na vida, é necessário o equilíbrio. Nem podemos dizer “sim” o tempo inteiro, nem dizer apenas “não”. Vivemos em sociedade, em grupos que precisam de reciprocidade. Temos de receber e dar na mesma medida. Seguindo esse princípio, uma relação tem muito mais chance de dar certo.

Então desafie você mesmo a encontrar esse equilíbrio. Ele vai gerar mais liberdade e responsabilidade em seus relacionamentos. Ninguém pode segurar tudo sozinho ou exigir do outro que assim o faça. Sendo assim, NÃO desista de tentar.